quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Vigilância Sanitária de Águas para Consumo humano

Colheita de águas para consumo humano

«O direito humano à água», afirma o Comité das Nações Unidas sobre Direitos Eco­nómicos, Sociais e Culturais, «garante a todas as pessoas o direito a água suficiente, segura, aceitável, fisicamente acessível e a um bom preço, para uso doméstico e pessoal.» Estes cinco atributos centrais representam a base da segurança em termos de água. Representam igualmente pontos de referência de um direito humano que é ampla e sistematicamente violado para uma grande parte da humanidade. Para cerca de 1,1 mil milhões de pessoas, a água suficiente, segura, aceitável, acessível e a bom preço para toda a vida representa uma esperança para o futuro e não uma realidade para o presente.

Fonte: Relatório do desenvolvimento Humano 2006

 A qualidade da água é um tema muito importante nos tempos que decorrem, visto que esta cada vez está mais sujeita a várias fontes de poluição. Todos nós precisamos de água, sendo esta um bem essencial para a saúde da população em muitas vertentes, a sua utilização deve ser feita de forma racional para se poder proteger.
            De acordo com o que se encontra presente no Decreto-lei n.º 306/2007 de 27 de Agosto, o objetivo deste diploma é estabelecer o regime da qualidade da água para o seu consumo, fazendo com que a saúde humana seja protegida dos efeitos nocivos que possam advir de eventuais contaminações. Cabe à autoridade de saúde assegurar de forma regular e periódica a vigilância da qualidade da água para consumo humano, fornecida pelas entidades gestoras, bem como a avaliação do risco para a saúde humana.
            O programa de Vigilância Sanitária de Água para Consumo Humano (ACH) refere três vertentes sendo elas:

ü  Higio-sanitária e Tecnológica- Ações de avaliação das condições de higiene e segurança a nível das instalações e do funcionamento e análise das medidas de gestão e manutenção da qualidade da água e dos equipamentos. Este conjunto de ações permite ter conhecimento do sistema de água, do seu funcionamento e das zonas de abastecimento consideradas mais problemáticas.

ü  Analítica – Realização de análises complementares ao Programa de Controlo da Qualidade da Água (PCQA) e de outras ações necessárias para a avaliação da qualidade da água para consumo humano. Envolve:
- A colheita de amostras para análise (microbiológica, físico-química ou outras;
- A verificação do cumprimento do programa de controlo da qualidade da água distribuída.

ü  Epidemiológica – Permite a comparação e interpretação da informação obtida através dos programas, com recurso a dados de caracterização do estado de saúde dos consumidores (obtidos, nomeadamente, a partir de bases de dados de morbilidade ou de inquéritos epidemiológicos). A necessidade e a definição destes estudos são da competência das Autoridades de Saúde, tendo em conta o conhecimento das realidades locais. A avaliação do risco para a saúde humana da qualidade da ACH.

Um dos pontos altos destas duas semanas foi a colheita de águas para consumo humano. Dirigimo-nos a seis locais, pertencentes ao município de Santiago do Cacém e Odemira para efetuar as colheitas, estas foram realizadas em torneiras de cafés e restaurantes, junta de freguesia, e torneiras exteriores de habitações, estes pontos são escolhidos com o critério dos resultados obtidos através das colheitas se poderem generalizar à localidade onde foram realizadas.

Preparação do processo de colheita de amostras

·         Selecionámos os pontos de amostragem a controlar naquele dia;
·         Preenchemos a folha de registo já elaborada, com os dados sobre as colheitas a realizar;
·         Verificámos se os frascos de colheita são os mais adequados aos parâmetros a analisar;
·         Preenchemos as etiquetas, a serem utilizadas na identificação dos frascos, de modo a garantir uma correta identificação das amostras;
·         Verificámos se o material necessário para a colheita se encontrava todo funcional;

Ficha de registo de colheitas de água

Processo de colheita de amostras

·         Avaliámos visualmente o estado da torneira escolhida como ponto de amostragem. A torneira deve encontrar-se em condições normais de conservação e higiene, não levantando dúvidas sobre a sua utilização. Preferencialmente deve-se escolher uma torneira de água fria.
·         Retirámos (quando foi possível) os acessórios externos e adaptados à torneira (mangueiras, filtros ou outras aplicações).
·         Recorremos à técnica por flamejamento, passando boca da torneira durante alguns segundo com a chama para ficar desinfetada;
·         Sem escoamento prévio, abrimos a torneira e recolhemos o primeiro litro de água estagnada num frasco preparado para a análise de parâmetros P3. De seguida fechámos a torneira. Esta amostra, obrigatoriamente de 1 litro, deve ser para a análise de bactérias coliformes, escherichia coli, enterecocos intestinais, pH, condutividade, número de colónias a 22ºC, número de colónias a 37ºC, clostridium perfringens, turvação, amónio, nitrato, nitrito, oxibilidade, ferro, manganês, chumbo, níquel, cobre, cádmio, crómio, sódio e potássio na água estagnada nas torneiras do consumidor.
Nota: Na colheita de amostras onde não se pretende analisar os metais anteriormente referidos, esta fase não é necessária, procedendo de imediato à fase seguinte.
·         Abrimos a torneira, deixou-se escoar durante algum tempo para não recolher a água que poderia estar estagnada nos canos;
·         Sem se fechar a torneira, recolhemos, em primeiro lugar, a amostra em frasco estéril para a análise dos parâmetros microbiológicos, garantindo condições de assepsia;
·         Fechámos o frasco estéril, este só permanece aberto durante o tempo estritamente necessário para a recolha da amostra;
·         Identificámos o frasco com as etiquetas já preenchidas;
·         Recolhemos duas amostras para a determinação imediata, no local, do cloro residual e do pH;
·         Adicionámos um comprimido designado por DPD nº1 para a medição do cloro residual livre e um comprimido Phenol Red para a medição do pH, a cada frasco, agitámos um pouco de modo a dar-se uma reação;
·         Através da cor obtida na reação descrita anterior fizemos a comparação com o aparelho existente e obteve-se o resultado;
·         Registámos o valor na folha de registo da amostragem;
·         Foi-se colocando durante o período de recolha todos os frascos das amostras em malas térmicas devidamente limpas e com acumuladores de frio, de modo a garantir a correta refrigeração das amostras, até à entrega no laboratório. A quantidade de acumuladores de frio depende da duração do percurso até ao laboratório e da temperatura ambiente;
·         Entregámos as malas térmicas ao transportador para este as entregar no Laboratório em Évora.
Imagem 1- Flamejamento da torneira

Imagem 2- Colheita de águas

Imagem 3-Comparação da cor da reação com o respetivo círculo de cores 

Imagem 4- Etiquetagem dos frascos

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