quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Vistoria a talhos

A Organização Mundial de Saúde (OMS) tem dados publicados que são muito esclarecedores quanto à importância das bactérias, vírus e parasitas como agentes causadores de doenças de origem alimentar. As diarreias provocadas pelo consumo de alimentos contaminados e de água imprópria para consumo são atualmente as principais causas de doença e morte nos países em desenvolvimento, matando cerca de 1,8 milhões de pessoas todos os anos, nomeadamente crianças. Numa listagem das doenças com maior prevalência no mundo, as gastroenterites ocupam o primeiro lugar. De acordo com as suas estimativas, as doenças de origem alimentar são 300 a 350 vezes mais frequentes do que indicam os casos declarados, afetando anualmente uma em cada três pessoas. Estas doenças são na sua maioria toxinfeções alimentares, termo frequentemente utilizado para englobar as infeções alimentares, que ocorrem quando se ingere um alimento contaminado com um microrganismo patogénico que é capaz de crescer no trato gastrointestinal, e as intoxicações alimentares, que advêm da ingestão de alimentos onde anteriormente cresceram bactérias ou outros microrganismos que produziram toxinas que acabam por ser ingeridas juntamente com o alimento.
            Embora exista a perceção de que na base da elevada incidência das toxinfeções estejam fatores como os incorreto manuseamento, preparação, acondicionamento e distribuição de alimentos ao longo da cadeia alimentar, uma correta avaliação dos riscos que conduza a uma prevenção eficaz exige a disponibilização de dados que permitam elaborar estudos. Em Portugal estes dados são relativamente escassos e os que existem, encontram-se dispersos por diversas entidades como hospitais, centros de saúde, laboratórios de Estado, entre outros. Daí a importância e urgência da criação de um programa nacional de registo das infeções e intoxicações alimentares.
É deveras importante tentar entender quais são os alimentos mais consumidos pela população. Através de uma redivisão feita à roda dos alimentos conseguiu-se através de um estudo feito a capitação anual de cada um dos grupos. As divisões realizadas foram: Gorduras e óleos; Lacticínios; Carne, pescado e ovos; Leguminosas, cereais e derivados, tubérculos; Hortícolas e Fruta.

Tabela 1- Capitação anual de cada um dos grupos resultantes da redivisão da roda dos alimentos

Grupo de alimentos
(Kg/pessoa/ano)
Gorduras e óleos
39,4
Lacticínios
126,5
Carne, pescdo e ovos
132,8
Leguminosas, cereais e derivados, tubérculos
253,7
Hortícolas e fruta
231,0
Fonte: INE 2003
            Como se pode ver a divisão da carne, pescado e ovos é a segunda mais consumida pela população.

Tabela 2- Capitação anual de “Carnes, pescado e ovos”

Carnes, pescados e ovos
(Kg/pessoa/ano)
Carne e miudezas comestíveis
90,2
Ovos
9,1
Pescado
33,5
Total:
132,8
Fonte: INE 2003
           A conclusão que se pode tirar da segunda tabela é que de entre estes três grupos de alimentos a carne e miudezas comestíveis é os que possuem um valor mais elevado.
Tabela 5- Capitação anual de “Carne e miudezas comestíveis

Carne e miudezas comestíveis
(Kg/pessoa/ano)
Carne de bovino
17,0
Carne de suíno
32,2
Carne de animais de capoeira
28,3
Carne de ovino e de caprino
3,3
Outras carnes
3,3
Miudezas comestíveis
6,1
Total
90,2
Fonte: INE 2003
            Entre os vários tipos de carne existentes também existe um diferente consumo por parte dos consumidores como se pode observar na tabela 3, a carne mais consumido é a carne de suíno.
Recorrendo à legislação específica Regulamento das Condições Higiénicas e Técnicas a observar na distribuição e venda de carnes e seus produtos, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 147/2006, de 31 de Julho, com as alterações introduzidas pelo Decreto-Lei n.º207/2008, de 23 de Outubro, entende-se por «carnes» como todas as partes comestíveis de animais das espécies bovina, incluindo búfalos e bisontes, suína, ovina e caprina, bem como os solípedes domésticos, de aves de criação, de coelhos e lebres e de caça de criação e de caça selvagem, próprias para consumo humano.  O seu «Local de venda» é o estabelecimento que prepara e vende carnes e outros produtos para consumo público.
É necessário haver um controlo das carnes desde do “prado até ao prato”, ou seja, em todas as fases deve haver um controlo de forma a proteger a saúde pública. As carnes e seus produtos devem ser manipulados com todos os cuidados higiénicos, por forma a evitar a sua conspurcação ou contaminação e preparados, conservados, expostos, acondicionados e vendidos por forma a não afetar a sua qualidade (artigo 7º do capítulo II).
Anualmente a TSA Rosa Nunes acompanha o Veterinário Municipal João, nas vistorias efetuadas a talhos pertencentes ao concelho de Santiago do Cacém. Surgiu a oportunidade de podermos acompanhá-los nestas vistorias.  Dirigimo-nos aos locais que já estavam escolhidos para aquele dia e fizemo-nos acompanhar do auto de vistoria realizado após a última vistoria. Em cada estabelecimento visitado observámos as condições de higiene, manipulação e rotulagem da carne bovina.
No que diz respeito à rotulagem da carne de bovino o Regulamento (CE) nº. 1760/2000 do Parlamento Europeu e do Conselho, aprovado em Conselho de Ministros da União Europeia em 17 de Julho de 2000, estabelece um regime de identificação e registo de bovinos e relativo à rotulagem da carne de bovino e dos produtos à base de carne de bovino. Por outro lado, o Regulamento (CE) nº. 1825/2000 da Comissão, de 25 de Agosto, estabelece as regras de execução, do mesmo, no que respeita à  rotulagem da carne de bovino e dos produtos à base de carne de bovino. Deste modo houve necessidade de criar legislação nacional, Decreto-Lei n.º323-F/2000 de 20 de Dezembro que estabelece as regras a que deve obedecer a rotulagem obrigatória e facultativa da carne de bovino e os Despachos nº. 25 958-B/2000 e nº. 10 818/2001 nos quais se estabelecem regras exclusivas para a carne de origem portuguesa.
 A rotulagem da carne de bovino passou a ser obrigatória a todos os níveis de comercialização e visa garantir a máxima transparência na comercialização da carne de bovino. Numa primeira fase, com início a 1 de Setembro de 2000, pretendia-se assegurar a rastreabilidade de todo o processo, isto é, estabelecer a relação entre a peça de carne e o animal que lhe deu origem, e numa segunda fase, desde o dia 1 de Janeiro de 2002, passou a indicar-se com detalhe a origem de toda a carne consumida na Comunidade.
          A rastreabilidade assenta em registos sistemáticos desde o nascimento do animal até à apresentação da carne no local de venda. Este sistema de rastreabilidade divide-se em duas fases:
ü  Enquanto o animal está vivo, o Sistema Nacional de Identificação e Registo de Bovinos (SNIRB) assegura o registo de todos os movimentos e acontecimentos da vida do animal;
ü  Após o abate do animal e até ao consumidor final, todos os operadores são obrigados a manter um registo atualizado, manual, informático ou documental, de entradas e saídas de carcaças e ou carne, em cada fase da produção e da comercialização. Nos registos deve estar demonstrado com clareza a formação dos lotes, caso esta se verifique. Estes registos deverão ser mantidos durante três anos.
A Rotulagem consiste na colocação de um rótulo em uma ou mais peças individuais de carne ou na respetiva embalagem, de forma clara, visível e segura. No caso da carne não pré-embalada, comercializada no ponto de venda ao consumidor final, considera-se também rotulagem a prestação de informação adequada por escrito e de forma bem visível.
    Nos estabelecimentos de venda ao consumidor final na comercialização de carne não pré-embalada/talhos:
·         O rótulo pode ser o mesmo que veio da fase imediatamente anterior ou pode ser criado pelo próprio operador, desde que cumpra as exigências aplicáveis na fase imediatamente anterior;
·         O rótulo deve ser colocado junto à peça ou peças de carne a que se refere, em local visível e perfeitamente identificável com a carne em questão;
·          O rótulo deve ser de um material que obedeça a todas as regras de higiene e, nomeadamente, não altere as características organolépticas da carne nem transmita, a esta, substâncias nocivas à saúde humana;
·          As informações escritas no rótulo devem ser perfeitamente legíveis, não sendo autorizada qualquer sobreposição;
·          Caso toda a carne à venda no estabelecimento, num determinado período temporal, tenha o mesmo rótulo, este poderá ser substituído, durante esse período, por um letreiro ou algo semelhante que retome as informações do rótulo proveniente da fase imediatamente anterior. 
Recorrendo ao auto de vistoria da última vistoria procedemos à verificação da correção das anomalias anteriormente identificadas e levantou-se novas anomalias que surgiram neste espaço de tempo.
Recorrendo ao auto de vistoria da última vistoria procedemos à verificação da correção das anomalias anteriormente identificadas e levantou-se novas anomalias que surgiram neste espaço de tempo. As anomalias encontradas essencialmente foram:
·         Inexistência de torneiras dotadas de água fria e quente;
·         Falta de espaço entre as várias peças de carne que se encontravam nas camaras frigoríficas;
·         O sistema de fecho das camaras frigoríficas nem sempre estava funcional;
·         Subprodutos por vezes mal acondicionados;
·         Lâmpadas das vitrinas de carnes mal protegidas. 
Algumas anomalias não são de fácil resolução porque para as solucionar teria que se fazer alterações a nível estrutural.
O Regulamento das Condições Higiénicas e Técnicas a observar na distribuição e venda de carnes e seus produtos que já foi referido anteriormente possui toda a informação necessária sobre este tipo de estabelecimentos, a que requisitos devem obedecer, como os requisitos higiénicos e técnicos das instalações e funcionamento dos locais de venda  que estão presentes no artigo 9º, meios frigoríficos artigo 10º e subprodutos artigo 11º da secção I capítulo III. Quanto às condições de higiene do pessoal temos o artigo 23º secção I capítulo V e formação e higiene em segurança alimentar encontra-se no artigo 26º secção II do mesmo capítulo. Selecionei estes artigos porque acho que são aqueles que temos de ter mais presentes para poder avaliar este  tipo de estabelecimentos e são estes que interligo mais com a atividade do TSA.

Estas vistorias foram muito importantes para mim, porque nunca tinha tido oportunidade de vistoriar talhos e ajudou-me a perceber o que tem de existir e como deve ser todo o processo para um bom funcionamento estar assegurado e a saúde da população não correr riscos.

Imagem 1- Câmara frigorífica de aves


Imagem 2- Câmara frigorífica de carnes vermelhas ( existência de pouco espaço entre as várias peças de carne)
Imagem 3- Câmara frigorífica de queijos e enchidos

Imagem 4- Lava-mãos de comando não manual
Imagem 5- Cacifos individuais para os funcionários

Imagem 6- Sistema de fecho da câmara frigorífica em mau estado de conservação


Imagem 7- Esterilizador de facas
Documento importante:

Colheita de águas de piscinas

            Durante estas duas semanas tivemos oportunidade de ir juntamente com a TSA Rosa Nunes colher águas para consumo humano e águas de piscinas. O procedimento utilizado para a colheita de águas para consumo humano foi idêntico ao descrito na 1ª e 2ª semana de estágio.
O que se revelou uma experiência nova foi a recolha de águas em piscinas e nada melhor que definir o que se entende por piscina. Segundo a Diretiva nº 23/93, de 24 de Maio, do Conselho Nacional da Qualidade, piscina é uma parte ou um conjunto de construções e instalações que incluam um ou mais tanques artificiais destinados à natação, lazer ou outras práticas relacionadas (tais como recreativas, formativas ou desportivas).
Cabe à autoridade de saúde realizar a vigilância a nível sanitário dos aglomerados populacionais, dos serviços, estabelecimentos e locais de utilização pública e determinar as medidas corretivas necessárias para a defesa da saúde pública segundo o estabelecido na alínea a) do n.º 3 do artigo 5.º do Decreto-Lei n.º 82/2009, de 2 de Abril.
Uma grande parte da sociedade hoje em dia recorre à utilização de piscinas por vários motivos como lazer ou mesmo saúde, posto isto à necessidade de vigiar a qualidade da água (temperatura, agente desinfetante), o nível estrutural (ex: acessibilidades, saídas de emergência) e o correto funcionamento (formação dos trabalhadores), sempre com o objetivo de evitar ou reduzir os riscos para a saúde dos seus utilizadores.
Directiva CNQ 23/93 é o documento que se utiliza como auxiliar nos parâmetros de análise a águas de piscinas.
A Direcção-geral da Saúde elaborou um o programa de vigilância sanitária para as piscinas onde procura uniformizar critérios e procedimentos, bem como garantir a existência de planos de identificação, monitorização e controlo de risco, de modo a que a saúde e segurança dos utilizadores, trabalhadores e visitantes seja assegurada, através da Circular Normativa nº14/DA de 21 de Agosto de 2009.
Foi elaborado pela Direção-geral de Saúde um programa de Vigilância Sanitária de Piscinas (PVSP) que se pretende com a sua divulgação:
 Uniformizar procedimentos relativos à vigilância sanitária de piscinas, apresentando as várias atividades a desenvolver;
 Indicar os parâmetros microbiológicos e físico-químicos a analisar, periodicidade e valores de referência máximos (ou indicativos);
 Promover a saúde e segurança dos utilizadores e trabalhadores das piscinas;
 Identificar, avaliar e promover a gestão de perigos e riscos, através da aplicação de medidas corretivas adaptadas a cada situação específica;
 Fomentar a cooperação ativa com os gestores das piscinas, na perspetiva da melhoria contínua da qualidade da água, da salubridade e segurança das infraestruturas e dos espaços físicos.
 Este programa dividiu as piscinas existentes em dois tipos sendo eles:
ü   Piscina de tipo 1 – piscina de “uso público” onde a prática da natação e as atividades de animação aquática correlacionadas constituem o objetivo e as funções principais oferecidas (ex. piscinas municipais, parques aquáticos)
ü  Piscina de tipo 2 – piscina de “uso público” destinada a proporcionar um serviço complementar à atividade principal de um empreendimento (ex. piscinas de hotel, piscinas de parques de campismo, piscinas de clubes, piscinas de healthclubs, piscinas terapêuticas, piscinas de escolas, piscinas de estabelecimentos termais, piscinas de lares de idosos).
            As nossas colheitas foram a piscinas de tipologia 1, estas eram cobertas. Dirigimo-nos até ao local onde solicitámos a um dos funcionários “pezinhos” para calçarmos protegendo deste modo os pés, evitando assim a contaminação dos nossos sapatos e da área destinada aos banhistas.
            Ao entrar no local onde realizámos as colheitas deparámo-nos com duas piscinas, fazendo deste modo a recolha a ambas.
O material necessário para efetuar a recolha é o seguinte:
- Frasco de vidro ou polietileno, de capacidade adequada, esterilizado interior exteriormente;
- Frasco de mergulho de capacidade adequada, esterilizado em caixa metálica;
- Cordas de algodão ou nylon;
- Calçado apropriado (a disponibilizar pelo concessionário);
- Mala térmica;
- Termoacumuladores;
- Aparelho e "comprimidos" para determinação do cloro residual / cloro combinado e pH;
- Termómetro;

Nota: No material esterilizado no laboratório deve ser indicada a data de esterilização e o prazo de validade (30 dias).
            Realizámos dois tipos de colheitas sendo estas à superfície e em profundidade, de seguida descrevo o procedimento utilizado para as respetivas colheitas.
Para realizar a colheita de água à superfície realizámos os seguintes passos:
1. Desinfetámos as mãos;
2. Destapámos o frasco na proximidade da água, conservando a tampa virada para baixo, sem a pousar ou tocar no seu interior.
3. Mergulhámos o frasco em posição inclinada e sem que a boca fica-se completamente submersa.
4. Deslocámos o frasco para a frente até ao seu enchimento, de modo a captar a camada superficial. O frasco não deve ficar completamente cheio.
5. Retirámos o frasco, fechámo-lo e identificámo-lo.
6. Colocámos o frasco na mala. O prazo máximo que medeia entre a colheita e o início da análise não pode ultrapassar as 6 horas. A temperatura deve ser mantida a 5 +- 3ºC.
Imagem 1- Recolha de água à superficie

Para realizar a colheita de água em profundidade realizámos os seguintes passos:
1.    Desinfetámos as mãos;
2.    Prendemos as cordas aos dispositivos da armação do frasco, mantendo este dentro da caixa de proteção;
3. Submergirmos o frasco à profundidade pretendida (cerca de meia altura da piscina);
4. Acionámos a corda de abertura do frasco;
5. Depois de cheio, fechámos o frasco e retirámo-lo;
6. Identificámos o frasco e colocá-lo na caixa metálica;
7. Colocámos a caixa metálica contendo o frasco na mala térmica. O prazo máximo que medeia entre a colheita e o início da análise não pode ultrapassar as 6 horas. A temperatura deve ser mantida a 5 +- 3ºC.

Imagem 2- Material utilizado para recolha de água em profundidade

Imagem 3- Colocação das cordas

Imagem 4- Frasco já com as cordas

Imagem 5- Colheita de águas em profundidade

Imagem 6- Colocação do frasco na caixa metálica


No momento da colheita ainda determinámos alguns parâmetros como o cloro residual livre, cloro combinado, cloro total, pH, temperatura do ar local e da água. Preenchemos as fichas de campo com os valores obtidos, estas seguem juntamente com as colheitas para o laboratório de Évora.
Imagem 7- Medição do cloro residual
 Imagem 8- Obtenção do valor de pH

Imagem 9- Medição da temperatura da água
Foi uma experiência muito benéfica para mim,  porque pude observar como se processa a colheita de águas em piscinas. O que correu menos bem foi o facto de nós estagiários não podermos realizar  nenhuma colheita em profundidade, visto que a primeira foi realizada pela TSA Rosa Nunes para podermos observar e aprender e  a segunda foi feita pelo nadador salvador, porque só tínhamos um frasco preparado para este tipo de recolha. Em breve vamos ter oportunidade de realizar as colheitas em profundidade porque a TSA Rosa Nunes já tomou medidas para que isso seja possível.


5ª e 6ª Semana

Mais duas semanas de estágio decorreram, o frio já se fazia sentir e o cheirinho a Natal e a férias já andava no ar. Neste espaço de tempo as atividades desenvolvidas foram:
·         Vistoria a uma churrasqueira;
·         Visita a uma frutaria, a fim de dar parecer do projeto;
·         Análise do projeto de um hotel e emissão do respetivo parecer;
·         Auditoria à sala de esterilização e ao armazém de resíduos;
·         Recolha de águas para consumo humano (atividade descrita no separador 1ª e 2ª semana);
·         Recolha de águas de piscinas;
·         Avaliação de projetos a fim de emitir parecer (atividade descrita no separador 1ª e 2ª semana);
·         Reajustamento da apresentação da roda dos alimentos;
·         Vistoria a talhos.



Vistoria a uma churrasqueira


            No decorrer destas duas semanas surgiu a oportunidade de realizarmos uma vistoria a uma churrasqueira, pertencente ao concelho de Santiago do Cacém. O material levado para esta saída foi uma checklist, que se costuma utilizar quando se faz vistorias a estabelecimentos de restauração e bebidas.
            Dirigimo-nos ao local por volta das 15h30 este encontrava-se aberto mas sem clientes, uma vez que já tinha passado a hora referente ao almoço. O responsável do estabelecimento mostrou-nos todos os compartimentos constituintes da churrasqueira. Ao mesmo tempo que a visita decorria fomos preenchendo a checklist, foram surgindo algumas dúvidas mas estas foram esclarecidas pelo responsável do espaço.
            Ao chegarmos ao Centro de Saúde pegámos na checklist e analisámos a informação recolhida, visto que o documento consiste em escolher entre as opções sim, não e não se aplica é fácil de identificar os problemas.
            Com a junção de todos os pontos que não se encontravam em conformidade elaborou-se um auto de vistoria.
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Imagem 1- Auto de Vistoria


Visita a uma frutaria, a fim de dar parecer do projeto

Chegou ao nosso local de trabalho um projeto de uma frutaria pertencente ao concelho de Santiago do Cacém. Este projeto trazia escassa informação e como já tinha passado o prazo para pedir novos elementos, decidimos deslocar-nos até ao local onde se encontra a frutaria já em funcionamento.
Eu em conjunto com os meus colegas estagiários e a TSA Rosa Nunes, abordámos a empregada deste estabelecimento acerca do motivo que nos fez ir até lá. Esta foi muito acessível e mostrou-nos todos os compartimentos que constituíam a frutaria, a instalação sanitária, uma pequena dispensa onde se encontravam acondicionados alguns géneros alimentícios e o espaço de comercialização. Recebemos ainda a informação que a fruta e os legumes vendidos são colocados diariamente, fazendo com que o stock na dispensa seja mínimo, apenas produtos embalados como o azeite.
Regressámos até ao centro de saúde onde emitimos o respetivo parecer do projeto, neste parecer apresentámos algumas medidas que podem ser tomadas para melhorar as condições deste espaço.
Análise do projeto de um hotel e emissão do respetivo parecer
Mais um projeto deu entrada nos nossos serviços, em tempos anteriores tínhamos recebido também um projeto de um hotel ao qual emitimos parecer, desta vez recebemos um projeto do mesmo hotel mas o intuito era diferente. O objetivo deste projeto era a ampliação do espaço e a construção de piscinas para melhorar o espaço de lazer.
Ao analisarmos o projeto cedido deparámo-nos com algumas dúvidas, visto que a informação cedida era incompleta no que dizia respeito essencialmente às piscinas. A TSA Rosa Nunes ligou ao engenheiro responsável por o presente projeto e este disse que iriam ser enviados novos elementos, mesmo assim elaborámos um parecer onde aparecem descritas as várias recomendações a serem efetuadas, o parecer foi condicionado devido ao motivo anteriormente referido, falta de informação.

Auditoria à sala de esterilização e ao armazém de resíduos         
        Durante este espaço de tempo realizámos uma auditoria à sala de esterilização de um centro de saúde e ao armazém onde se encontram acondicionados os resíduos.
        A sala de esterilização do centro de saúde encontra-se a funcionar de uma forma um pouco atribulada, uma vez que o espaço é pequeno e a organização dentro dele não é a mais adequada. A sala de esterilização deve ser constituída por:
·         Zona de receção, lavagem e desinfeção do material;
·         Zona de embalagem e esterilização;
·         Zona de armazenagem e expedição do material esterilizado;
    A sala de esterilização visitada não se encontra com as zonas anteriormente referidas divididas. Este espaço encontra-se dotado de algumas máquinas umas que funcionam outras que se encontram apenas a ocupar espaço. Possui como equipamentos uma autoclave, uma máquina de selagem, uma máquina de lavagem de roupa, um lava louça e um armário.
A explicação que foi dada como o processo se realizava demonstrava que por vezes havia cruzamento do material sujo com o material esterilizado, o que é incorreto. Houve informação que já foi proposto obras de modo a resolver esta problemática mas que ainda não foram efetuadas.
Também nos deparámos com sacas de sal no pavimento do mesmo espaço, interrogámos as funcionárias acerca do destino daquele sal e a resposta dada foi que o sal destinava-se ao funcionamento de uma máquina, mas que de momento não estava a ser utilizada. Sugerimos que este sal fosse acondicionado em outro espaço e não diretamente no pavimento mas sim elevado. As temperaturas que se faziam sentir eram elevadas levando à conclusão que a ventilação não e a mais adequada, fazendo com que o ar se encontre saturado.
Espera-se que em breve sejam tomadas medidas neste espaço para permitir um melhor funcionamento.

Imagem 2- Autoclave

Imagem 3- Máquina de selagem

 Imagem 4- Material esterilizado

Imagem 5- Sacas de sal mal acondicionadas

Seguimos para o armazém de acondicionamento de resíduos este encontra-se independente das instalações do centro de saúde e encontra-se fechado para dificultar o acesso a pessoas estranhas ao serviço.
Os Resíduos Hospitalares (RH), de acordo com o Decreto-Lei n.º 178/2006, de 5 de Setembro, que estabelece as regras a que fica sujeita a gestão de resíduos, são definidos como: “[...] o resíduo resultante de atividades médicas desenvolvidas em unidades de prestação de cuidados de saúde, em atividades de prevenção, diagnóstico, tratamento, reabilitação e investigação, relacionada com seres humanos ou animais, em farmácias, em atividades médico-legais, de ensino e em quais quer outras que envolvam procedimentos invasivos, tais como acupunctura, piercings e tatuagens”.
Classificação dos RH

Grupo I – Resíduos equiparados a urbanos - não apresentam exigências especiais no seu tratamento

a) Resíduos provenientes de serviços gerais (como de gabinetes, salas de reunião, salas de convívio, instalações sanitárias, vestiários, etc.);

b) Resíduos provenientes de serviços de apoio (como oficinas, jardins, armazéns e outros);

c) Embalagens e invólucros comuns (como papel, cartão, mangas mistas e outros de idêntica natureza);

d) Resíduos provenientes da hotelaria resultantes de confeção e restos de alimentos servidos a doentes não incluídos no grupo III.

Grupo II – Resíduos hospitalares não perigosos - não estão sujeitos a tratamentos específicos, podendo ser equiparados a urbanos

a) Material ortopédico: talas, gessos e ligaduras gessadas não contaminados e sem vestígios de sangue;

b) Fraldas e resguardos descartáveis não contaminados e sem vestígios de sangue;

c) Material de proteção individual utilizado nos serviços gerais de apoio, com exceção do utilizado na recolha de resíduos;

d) Embalagens vazias de medicamentos ou de produtos de uso clínico ou comum, com exceção dos incluídos no grupo III e no grupo IV;

e) Frascos de soros não contaminados, com exceção dos do grupo IV.

Grupo III - Resíduos hospitalares de risco biológico - resíduos contaminados ou suspeitos de contaminação, suscetíveis de incineração ou de outro pré-tratamento eficaz, permitindo posterior eliminação como resíduo urbano

a) Todos os resíduos provenientes de quartos ou enfermarias de doentes infeciosos ou suspeitos, de unidades de hemodiálise, de blocos operatórios, de salas de tratamento, de salas de autópsia e de anatomia patológica, de patologia clínica e de laboratórios de investigação, com exceção dos do grupo IV;

b) Todo o material utilizado em diálise;

c) Peças anatómicas não identificáveis;

d) Resíduos que resultam da administração de sangue e derivados;

e) Sistemas utilizados na administração de soros e medicamentos, com exceção dos do grupo IV;

f) Sacos coletores de fluidos orgânicos e respetivos sistemas;

g) Material ortopédico: talas, gessos e ligaduras gessadas contaminados ou com vestígios de sangue; material de prótese retirado a doentes;

h) Fraldas e resguardos descartáveis contaminados ou com vestígios de sangue;

i) Material de proteção individual utilizado em cuidados de saúde e serviços de apoio geral em que haja contacto com produtos contaminados (como luvas, máscaras, aventais e outros).

Grupo IV – Resíduos hospitalares específicos - resíduos de vários tipos de incineração obrigatória

a) Peças anatómicas identificáveis, fetos e placentas, até publicação de legislação específica;

b) Cadáveres de animais de experiência laboratorial;

c) Materiais cortantes e perfurantes: agulhas, cateteres e todo o material invasivo;

d) Produtos químicos e fármacos rejeitados, quando não sujeitos a legislação específica;

e) Citostáticos e todo o material utilizado na sua manipulação e administração.

A produção de Resíduos Hospitalares obedece a numerosos fatores, como o número de pacientes por dia, as especialidades existentes, os tipos de cuidados de saúde prestados, a quantidade de material reutilizado, os métodos de gestão existentes, entre outros.
A gestão de resíduos é entendida como o conjunto das operações de recolha, transporte, armazenagem, tratamento, valorização e eliminação dos resíduos, de forma a não constituir perigo ou causar prejuízo para a saúde humana ou para o ambiente, sendo atribuída a responsabilidade dessa gestão aos produtores, designadamente, aos diretores dos Centros de Saúde.
Uma boa gestão dos RH produzidos nos centros de saúde/extensões de saúde (CS/ES) passa por (adaptado de Barreiros e Tavares, 2003):
·         Identificar e classificar todos os tipos de resíduos, por fonte produtora ou sectores e serviços envolvidos;
·         Prevenir e minimizar a produção de resíduos;
·         Implementar procedimentos de triagem, deposição segura e transporte dos resíduos no seu interior;
·         Providenciar que o manuseamento e recolha seja efetuado apenas por pessoas devidamente formadas;
·         Encaminhar os RH não perigosos (grupos I+II) e os específicos para valorização (por exemplo: reutilização ou reciclagem), sempre que possível;
·         Contratualizar com empresas devidamente licenciadas, a recolha, transporte externo, tratamento e destino final dos RH perigosos (grupos III e IV).
Os riscos para a saúde, decorrentes do contacto com os Resíduos Hospitalares, situam-se em quatro âmbitos diferentes:
Riscos biológicos (doenças transmissíveis), devidos a:
– Resíduos contaminados, os quais contêm microrganismos patogénicos;
 Riscos físicos, devidos a:
– Resíduos cortantes e perfurantes, podendo causar ferimentos;
– Substâncias radioativas;
– Substâncias inflamáveis e explosivas, podendo causar lesões;
 Riscos químicos, devidos a:
– Substâncias químicas perigosas e tóxicas, as quais podem ser inaladas, ingeridas ou entrar em contacto com a pele;
– Substâncias carcinogénicas – caso dos resíduos provenientes dos laboratórios de investigação;
Incómodos psicofisiológicos.
Os impactes ambientais dos Resíduos Hospitalares podem sistematizar-se da seguinte forma (Tavares, 2004):
§  Contaminação do biota animal e vegetal;
§  Toxicidade animal e vegetal;
§  Riscos de segurança;
§  Contaminação das águas, em especial das subterrâneas;
§  Contaminação do solo;
§  Contaminação do ar;
§  Emissão de gases e partículas que contribuem para o aquecimento global (efeito estufa) e depleção da camada de ozono;
§  Contaminação dos alimentos não protegidos;
§  Propagação de vetores de doença;
§  Cheiros e aspetos desagradáveis.

Controlo do local de armazenagem
O local de armazenagem de Resíduos Hospitalares deve obedecer a normas técnicas e estruturais, devendo o gestor de Resíduos Hospitalares assegurar o cumprimento desses requisitos, bem como verificar a quantidade e qualidade dos contentores, de acordo com o estabelecido no contrato de prestação de serviços. Assim, deve:
·         Verificar as condições do local de armazenagem, nomeadamente de segurança, ventilação, sinalização e higiene das instalações;
·         Implementar a existência de zona suja e zona limpa, para contentores cheios e vazios respetivamente, devendo ser verificado periodicamente se não existe contacto entre os dois tipos de contentores;
·         Verificar a utilização dos contentores de transporte do Grupo III com saco transparente a forrar o seu interior;
·         Designar um funcionário para rececionar os contentores vazios e proceder à pesagem (quando tal se verificar) e entrega dos contentores cheios ao funcionário da empresa;
·         Inspecionar os contentores vazios no ato da entrega, para garantir as suas condições, nomeadamente de existência de todos os parafusos necessários ao seu encerramento adequado de modo a permitir a sua estanquicidade;
·         Rejeitar todos os contentores que, no ato da entrega, não se encontrem nas condições anteriormente referidas, exigindo-se a entrega de outros contentores em condições adequadas de utilização.
As condições técnicas e estruturais corretas de um local de armazenagem de Resíduos Hospitalares devem incluir também (Pité-Madeira, 1997; Tavares, 2004):
§  Localização –O armazém de Resíduos Hospitalares deve ficar localizado numa zona de acesso fácil ao exterior, de forma a facilitar a remoção dos contentores de resíduos. Por outro lado, a localização fica dependente do circuito interno dos Resíduos Hospitalares, de modo a impedir contaminações cruzadas. Deve também ser um local protegido do sol e das intempéries e inacessível a animais. Não deve estar localizado nas proximidades da armazenagem de alimentos ou de áreas de preparação de alimentos;
§  Capacidade – O compartimento deve ter como capacidade mínima a correspondente aos contentores utilizados diariamente, multiplicada pelo número de dias de intervalo entre as recolhas, acrescido de espaço para armazenagem dos contentores que estiverem vazios;
§  Paredes, teto e pavimento – O teto do compartimento deve ser liso e lavável. As paredes e o pavimento devem ser de material impermeável, liso, facilmente lavável e desinfetável;
§  Ventilação – O compartimento deve dispor de ventilação natural ou forçada, isto é, entrada de ar fresco (exterior) na parte de baixo do compartimento e saída de ar viciado (para o exterior) na parte de cima do compartimento;
§  Iluminação – O compartimento deve dispor de iluminação natural ou artificial;
§  Água e água residual – O compartimento deve dispor de ponto de água e de ralo no pavimento com ligação à rede de drenagem de águas residuais, com vista à higienização dos contentores e do próprio compartimento
§  Energia elétrica – Ser provido de energia elétrica;
§  Segurança – A segurança do local de armazenagem deve ser particularmente garantida no que se refere à prevenção contra incêndios. Este local deve estar sinalizado com indicação de risco biológico, deve ser de acesso interdito ao público e condicionado aos profissionais do Centro de Saúde/Extensão de Saúde.

Imagem 6- Identificação do Armazém de Resíduos Hospitalares
Ao visitarmos o armazém de Resíduos Hospitalares deparamo-nos com um espaço um pouco desorganizado, existia contentores de cor verde e amarela, estes não se encontravam hermeticamente fechados o que deveria acontecer para não haver perigo de contaminação. Havia nas paredes alguma informação que identificava o tipo de resíduos ali acondicionados e os procedimentos corretos para acondicionar os mesmos.
O espaço possuía vestígios de humidade nas paredes e a ventilação também não estava a ser feita da melhor forma, fazendo com que houvesse um cheiro desagradável. No local  além dos resíduos hospitalares encontrav-se algum material que já não se encontrava funcional e que foi deixado ali sem lhe ser dado um destino final.
O espaço encontrava-se identificado como armazém de resíduos hospitalares e tinha a indicação de perigo biológico.
Após a recolha de dados efetuada naquele momento preencheu-se um documento de forma numa fase posterior tomar medidas para melhorar as condições.
 
Imgaem 7- Identificação do tipo de resíduo- grupo III

Imagem 8- Identificação do tipo de resíduo - Grupo IV

 Imagem 8- Contentores de Resíduos Hospitalares´

Imagem 9- Material não funcional armazenado no amrazém de Resíduos Hospitalares

Imagem 10- Vestígios de humidade

Documento importante:

Reajustamento da apresentação da roda dos alimentos
            Houve necessidade de reajustar uma apresentação em PowerPoint já existente sobre alimentação saudável, que já tínhamos utilizado numa ação de formação e descrita durante a 3ª e 4ª semana.
Esta apresentação costuma ser utilizada em ações de formação sobre alimentação saudável, em que a população alvo são alunos de escolas primárias. Constatou-se durante a exposição aos alunos que a  apresentação continha alguns erros e a informação presente por vezes não era muito acessível à população a que se destinava, havendo deste modo necessidade de  a adaptar aos mais pequenos. Para poderem ver esta apresentação cliquem em cima da imagem.