quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Colheita de águas de piscinas

            Durante estas duas semanas tivemos oportunidade de ir juntamente com a TSA Rosa Nunes colher águas para consumo humano e águas de piscinas. O procedimento utilizado para a colheita de águas para consumo humano foi idêntico ao descrito na 1ª e 2ª semana de estágio.
O que se revelou uma experiência nova foi a recolha de águas em piscinas e nada melhor que definir o que se entende por piscina. Segundo a Diretiva nº 23/93, de 24 de Maio, do Conselho Nacional da Qualidade, piscina é uma parte ou um conjunto de construções e instalações que incluam um ou mais tanques artificiais destinados à natação, lazer ou outras práticas relacionadas (tais como recreativas, formativas ou desportivas).
Cabe à autoridade de saúde realizar a vigilância a nível sanitário dos aglomerados populacionais, dos serviços, estabelecimentos e locais de utilização pública e determinar as medidas corretivas necessárias para a defesa da saúde pública segundo o estabelecido na alínea a) do n.º 3 do artigo 5.º do Decreto-Lei n.º 82/2009, de 2 de Abril.
Uma grande parte da sociedade hoje em dia recorre à utilização de piscinas por vários motivos como lazer ou mesmo saúde, posto isto à necessidade de vigiar a qualidade da água (temperatura, agente desinfetante), o nível estrutural (ex: acessibilidades, saídas de emergência) e o correto funcionamento (formação dos trabalhadores), sempre com o objetivo de evitar ou reduzir os riscos para a saúde dos seus utilizadores.
Directiva CNQ 23/93 é o documento que se utiliza como auxiliar nos parâmetros de análise a águas de piscinas.
A Direcção-geral da Saúde elaborou um o programa de vigilância sanitária para as piscinas onde procura uniformizar critérios e procedimentos, bem como garantir a existência de planos de identificação, monitorização e controlo de risco, de modo a que a saúde e segurança dos utilizadores, trabalhadores e visitantes seja assegurada, através da Circular Normativa nº14/DA de 21 de Agosto de 2009.
Foi elaborado pela Direção-geral de Saúde um programa de Vigilância Sanitária de Piscinas (PVSP) que se pretende com a sua divulgação:
 Uniformizar procedimentos relativos à vigilância sanitária de piscinas, apresentando as várias atividades a desenvolver;
 Indicar os parâmetros microbiológicos e físico-químicos a analisar, periodicidade e valores de referência máximos (ou indicativos);
 Promover a saúde e segurança dos utilizadores e trabalhadores das piscinas;
 Identificar, avaliar e promover a gestão de perigos e riscos, através da aplicação de medidas corretivas adaptadas a cada situação específica;
 Fomentar a cooperação ativa com os gestores das piscinas, na perspetiva da melhoria contínua da qualidade da água, da salubridade e segurança das infraestruturas e dos espaços físicos.
 Este programa dividiu as piscinas existentes em dois tipos sendo eles:
ü   Piscina de tipo 1 – piscina de “uso público” onde a prática da natação e as atividades de animação aquática correlacionadas constituem o objetivo e as funções principais oferecidas (ex. piscinas municipais, parques aquáticos)
ü  Piscina de tipo 2 – piscina de “uso público” destinada a proporcionar um serviço complementar à atividade principal de um empreendimento (ex. piscinas de hotel, piscinas de parques de campismo, piscinas de clubes, piscinas de healthclubs, piscinas terapêuticas, piscinas de escolas, piscinas de estabelecimentos termais, piscinas de lares de idosos).
            As nossas colheitas foram a piscinas de tipologia 1, estas eram cobertas. Dirigimo-nos até ao local onde solicitámos a um dos funcionários “pezinhos” para calçarmos protegendo deste modo os pés, evitando assim a contaminação dos nossos sapatos e da área destinada aos banhistas.
            Ao entrar no local onde realizámos as colheitas deparámo-nos com duas piscinas, fazendo deste modo a recolha a ambas.
O material necessário para efetuar a recolha é o seguinte:
- Frasco de vidro ou polietileno, de capacidade adequada, esterilizado interior exteriormente;
- Frasco de mergulho de capacidade adequada, esterilizado em caixa metálica;
- Cordas de algodão ou nylon;
- Calçado apropriado (a disponibilizar pelo concessionário);
- Mala térmica;
- Termoacumuladores;
- Aparelho e "comprimidos" para determinação do cloro residual / cloro combinado e pH;
- Termómetro;

Nota: No material esterilizado no laboratório deve ser indicada a data de esterilização e o prazo de validade (30 dias).
            Realizámos dois tipos de colheitas sendo estas à superfície e em profundidade, de seguida descrevo o procedimento utilizado para as respetivas colheitas.
Para realizar a colheita de água à superfície realizámos os seguintes passos:
1. Desinfetámos as mãos;
2. Destapámos o frasco na proximidade da água, conservando a tampa virada para baixo, sem a pousar ou tocar no seu interior.
3. Mergulhámos o frasco em posição inclinada e sem que a boca fica-se completamente submersa.
4. Deslocámos o frasco para a frente até ao seu enchimento, de modo a captar a camada superficial. O frasco não deve ficar completamente cheio.
5. Retirámos o frasco, fechámo-lo e identificámo-lo.
6. Colocámos o frasco na mala. O prazo máximo que medeia entre a colheita e o início da análise não pode ultrapassar as 6 horas. A temperatura deve ser mantida a 5 +- 3ºC.
Imagem 1- Recolha de água à superficie

Para realizar a colheita de água em profundidade realizámos os seguintes passos:
1.    Desinfetámos as mãos;
2.    Prendemos as cordas aos dispositivos da armação do frasco, mantendo este dentro da caixa de proteção;
3. Submergirmos o frasco à profundidade pretendida (cerca de meia altura da piscina);
4. Acionámos a corda de abertura do frasco;
5. Depois de cheio, fechámos o frasco e retirámo-lo;
6. Identificámos o frasco e colocá-lo na caixa metálica;
7. Colocámos a caixa metálica contendo o frasco na mala térmica. O prazo máximo que medeia entre a colheita e o início da análise não pode ultrapassar as 6 horas. A temperatura deve ser mantida a 5 +- 3ºC.

Imagem 2- Material utilizado para recolha de água em profundidade

Imagem 3- Colocação das cordas

Imagem 4- Frasco já com as cordas

Imagem 5- Colheita de águas em profundidade

Imagem 6- Colocação do frasco na caixa metálica


No momento da colheita ainda determinámos alguns parâmetros como o cloro residual livre, cloro combinado, cloro total, pH, temperatura do ar local e da água. Preenchemos as fichas de campo com os valores obtidos, estas seguem juntamente com as colheitas para o laboratório de Évora.
Imagem 7- Medição do cloro residual
 Imagem 8- Obtenção do valor de pH

Imagem 9- Medição da temperatura da água
Foi uma experiência muito benéfica para mim,  porque pude observar como se processa a colheita de águas em piscinas. O que correu menos bem foi o facto de nós estagiários não podermos realizar  nenhuma colheita em profundidade, visto que a primeira foi realizada pela TSA Rosa Nunes para podermos observar e aprender e  a segunda foi feita pelo nadador salvador, porque só tínhamos um frasco preparado para este tipo de recolha. Em breve vamos ter oportunidade de realizar as colheitas em profundidade porque a TSA Rosa Nunes já tomou medidas para que isso seja possível.


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