domingo, 22 de janeiro de 2012

Reflexão Final

“As pessoas não entendem que o final de uma etapa é que torna possível o próximo passo”

 (Khalil Gibran)

            Com esta frase início a reflexão destas nove semanas que passaram, terminou mais uma etapa para poder iniciar outra, porque a vida é uma sucessão de etapas que temos que ir ultrapassando para poder progredir.
            O estágio III foi uma etapa que tinha de ser realizada para poder progredir no meu curso, ao início o medo fez-se sentir, a insegurança era alguma, porque vai-se para uma cidade nova conhecer pessoas novas e principalmente contatar com a nossa realidade profissional podendo passar da teórica à pratica.
            Com o passar do tempo essa insegurança e medo vão diminuindo, porque as pessoas vão-se dando a conhecer, as tarefas a realizar vão-se revelando mais fáceis e tudo se torna mais acessível.
          Este estágio não correspondeu inteiramente às minhas expectativas, tinha ideia que ia ser mais agitado talvez por ter ouvido experiências de colegas do ano anterior. Houve alguns tempos menos preenchidos as atividades neste período do ano são menos.Cheguei também à conclusão que a atividade profissional de um Técnico de Saúde Ambiental na área da Saúde Pública depende imenso da atividade de outros profissionais que se encontram acima destes hierarquicamente.
            Contudo realizei muitas atividades de que gostei muito e que me despertaram o desejo de poder vir a realizá-las num futuro profissional de uma forma mais autónoma. As atividades realizadas foram todas interessantes, mas existe sempre umas que despertam mais o nosso interesse do que outras, as que gostei mais foram a sanidade marítima, colheita de águas, e saúde escolar.
As dificuldades que encontrei nesta etapa foram acima de tudo por vezes querer argumentar com algum rigor técnico e não o conseguir fazer, nem sempre consegui expor corretamente as minhas ideias, talvez por haver presente algum medo de arriscar. Porém acho que aprendi a colmatar esse aspeto não na sua totalidade mas já em grande parte.
Levo deste estágio uma enorme “bagagem” de muita aprendizagem, novos conceitos, novas técnicas, novas formas de olhar para tudo aquilo que integra o dia-a-dia de um Técnico de Saúde Ambiental num Centro de Saúde. Além da existência de alguns tempos menos preenchidos, penso que consegui tocar em todas as áreas que integram a minha futura profissão no contexto da Saúde Pública.
Nada disto teria sido possível sem o apoio dos Técnicos de Saúde Ambiental Rosa Nunes e Diogo Sousa Gomes, todos os funcionários do ACESAL, Professor da Unidade Curricular Manuel Albino, aos meus colegas com quem tive o prazer de partilhar esta experiência profissional Cátia Santos e Joel Ramos e todos que me apoiaram nesta etapa.
            Com o fim desta etapa concluo que está no momento de dar o próximo passo! Em breve espero tornar-me Técnica de Saúde Ambiental e poder meter em prática tudo aquilo que tive o prazer de aprender.


Saúde Pública de A a Z - Vantagens dos animais na saúde

Os animais de estimação são uma ótima companhia para quem mora sozinho. Criar um animal de estimação em casa de uma forma adequada ou apenas o contacto constante com eles traz muito benefícios ao ser humano.
O contacto com animais vai muito além da companhia que proporcionam. Um pequeno tempo diário dedicado a eles funciona como uma terapia ao ser humano. Conversar e brincar com animais pode diminuir o stresse, sem contar o carinho que eles são capazes de doar. Quem tem animal de estimação sabe qual a sensação de chegar a casa depois de um dia de trabalho cansativo e ser recebido com carinho por parte do seu animal de estimação.
A sensação de alegria libera endorfina ao cérebro, um hormônio capaz de relaxar o ser humano, colaborar com seu bem-estar, controlar a pressão sanguínea e a melhorar o sono. Por isso, algumas pessoas, mesmo que inconscientemente, se dedicam tanto aos animais e se sentem melhor com esse contacto.
Além de dar carinho, divertir, acalmar e fazer companhia, os animais de estimação podem desempenhar um papel ainda mais nobre, ajudando nas perdas pessoais, por exemplo. Foram realizados estudos em que a população alvo são pessoas que perderam seus cônjuges, os resultados mostram que os donos de animais estão menos propensos à depressão e à sensação de isolamento.
Uma pesquisa realizada pela Universidade britânica de Cambridge, em 2002, comprova que a maioria das pessoas que possuem cães desenvolve segurança e autoestima. Por essas e outras razões não abandone os seus animais e caso não os tenha e possua condições para isso adote porque eles precisam de si e você deles.

Cliquem na imagem abaixo para ouvirem aqui a minha crónica, de qualquer forma se quiserem ouvir na Rádio Sines  passa dia 21 e 24 de Fevereiro  ás 15h40m e11h15m  respetivamente. Ouçam :)





Colheita de mosquitos e carraças e visita ao Centro de Estudos de Vetores e Doenças Infeciosas (CEVDI)


            O TSA Diogo Gomes planeou uma atividade que consistia na colheita de mosquitos e carraças na cidade da Vila de Santo André. A colheita de mosquitos já não era uma experiência nova, como descrevi no separador de 7 de Dezembro. A colheita de carraças é que revelou um novo desafio.
Os ixodideos, vulgarmente designados por carraças, são artrópodes ectoparasitas hematófagos estritos. Existem em quase todas as regiões zoogeográficas, parasitando uma ampla variedade de hospedeiros como mamíferos, aves, répteis e anfíbios. São conhecidas aproximadamente 850 espécies distribuídas por três famílias: Nuttallielidae, Argasidae e Ixodidae. Nuttalliela namaqua, é o único representante da família Nuttallielidae. É uma espécie rara, apenas conhecida na África do Sul, que possui caraterísticas intermédias entre os elementos das outras famílias e cujo papel na transmissão de agentes infeciosos é desconhecido.
Na família Argasidae são conhecidas cerca de 170 espécies que, pela ausência de escudo dorsal, são designadas argasídeos ou “carraças de corpo mole”. Da família Ixodidae fazem parte cerca de 650 espécies de ixodídeos, vulgarmente designados por “carraças de corpo duro” pela presença de escudo dorsal. Nestas duas últimas famílias, cerca de 10% das espécies conhecidas estão associadas à transmissão ao Homem e a outros vertebrados, de agentes patogénicos responsáveis por várias doenças infeciosas como ricketsioses, borrelioses, ehrlichioses, tularémia, arboviroses, babesioses, entre outras patologias. Contudo, é a família Ixodidae a que se reveste de maior importância médica pelo número de espécies implicadas na transmissão de agentes patogénicos.
O ciclo biológico dos ixodídeos compreende quatro fases evolutivas: uma fase inativa - ovo e três fases ativas - larva, ninfa e adulto (macho ou fêmea).Durante as fases ativas, os ixodídeos alternam entre períodos de intensa atividade (procura de hospedeiro e alimentação) e períodos não ativos (metamorfose e diapausa), necessitando sempre de uma refeição de sangue para passarem ao estado evolutivo seguinte. Ao notável sucesso destes artrópodes, como vetores potenciais de agentes patogénicos, são associadas características biológicas singulares que os colocam, imediatamente a seguir aos mosquitos, como os artrópodes vetores de maior importância em Saúde Pública.
Dirigimo-nos ao local, que faz parte da reserva natural e realizámos a técnica do Flagging ou bandeira.

Técnica: Flagging (ou bandeira)
Objectivo:
 Colheita das carraças na vegetação
Material:
- Bandeiras para colheita na vegetação;
- Pinças;
- Luvas;
- Contentores adequados tubos plásticos com rolha (em casos excepcionais poderão sergarrafas de água secas ou tubos com álcool);
- Termómetro, higrómetro e GPS;
- Uso de vestuário adequado;
- O Boletim de Colheita que deve ser preenchido para cada local em que se efectuar a colheita.
Procedimento:
·         Passar de um pano turco, de cor branca sobre a vegetação;
·         A uma velocidade constante;
·         A cada cinco passos é necessário verificar se existem carraças agarradas ao pano para evitar que se soltem;
·         As carraças removidas são colocadas num recipiente , contendo algumas ervas tipo relva para manter a humidade até à chegada ao laboratório;
·         Como a entrega no  laboratório não é imediata, as carraças permanecem em condições de refrigeração.

Imagem 1- Passagem do pano turco pela vegetação 
Imagem 2- Termo-Higrómetro

Imagem 3- Retirar a carraça do pano com auxilio de uma pinça

Imagem 4- Recipiente com as carraças

            No dia seguinte à colheita das carraças e mosquitos houve a possibilidade de irmos até Águas de Moura ao CEVDI entregar os resultados das nossas colheitas.
O CEVDI é um centro de diagnóstico e investigação científica na área das doenças infeciosas transmitidas por vetores e com interesse para a saúde pública humana.
Nesta visita tivemos a oportunidade de ver algumas carraças e mosquitos ao microscópio, percebendo algumas das diferenças que os permitem distinguir entre as suas espécies. Visitámos todos os espaços constituintes do laboratório percebendo deste modo o seu funcionamento e os procedimentos utilizados pelos diferentes profissionais.
Ainda tivemos a oportunidade de visitar o museu, onde se encontram expostas várias antiguidades que eram utilizadas em tempos anteriores para a colheita e estudo tanto de mosquitos como de carraças.
Foi uma visita muito agradável e muito enriquecedora.
Imagem 5- Visulaização de uma carraça ao microscópio


9ª Semana

Caros leitores chegou a última semana de Estágio III, os três meses que no início pareciam muito tempo agora parece que passaram rápido! Esta última semana foi bastante agitada, tivemos sempre atividades para desenvolver o que foi muito bom! As atividades desenvolvidas nesta nona semana foram:
·         Auditoria a duas unidades de cuidados continuados;
·         Elaboração de folhetos de diferentes temáticas;
·         Ação de formação sobre alimentação saudável e prática desportiva;
·         Colheita de águas para consumo humano (atividade descrita no separador 1ª e 2ª semana);
·         Reunião de Saúde Escolar;
·         Colheita de mosquitos e carraças;
·         Visita ao Centro de Estudos de Vetores e Doenças Infeciosas;
·         Vistoria a um bar de alterne.
Auditoria a duas instalações de cuidados continuados
            Duas instalações pertencentes à mesma entidade solicitaram os nossos serviços a fim de realizarmos uma auditoria. Esta auditoria às instalações prestadoras de Cuidados Continuados Integrados foi realizada pela TSA Rosa Nunes, Dr. Joaquim Toro e os estagiários Cátia Santos, Joel Ramos e Vera Alves.
            Segundo o Decreto-Lei nº. 101/2006 de 6 Junho, entende-se por cuidados continuados integrados como o conjunto de intervenções sequenciais de saúde e ou de apoio social, decorrente de avaliação conjunta, centrado na recuperação global entendida como o processo terapêutico e de apoio social, ativo e contínuo, que visa promover a autonomia melhorando a funcionalidade da pessoa em situação de dependência, através da sua reabilitação, readaptação e reinserção familiar e social (capítulo 1, artigo 3º alínea a)).
            Esta entidade integra a Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados, constitui-se como um novo nível intermédio de prestação de cuidados de saúde e de apoio social, entre os de base comunitária e os de internamento hospitalar. Procura desenvolver ações mais próximas das pessoas idosas e em situação de dependência, ao mesmo tempo que potencia e adapta as respostas das instituições locais às verdadeiras necessidades dos cidadãos.
            Dirigimo-nos aos diferentes locais a fim de realizar a auditoria e conseguirmos apurar as inconformidades, de modo a serem corrigidas para que esta entidade pudesse funcionar corretamente e pudesse concorrer a uma certificação que pretendem.
Ambas as unidades são constituídas por cozinha, refeitório, quartos e respetivas instalações sanitárias, gabinete de enfermagem, sala de esterilização, fisioterapia e armazém de acondicionamento de resíduos.
Na primeira Unidade de Cuidados Continuados encontraram-se algumas anomalias sendo estas:
Cozinha
·         Um buraco no pavimento permitindo a acumulação de sujidade;
·         A grelha de refrigeração do frigorífico encontrava-se suja;
·         Detetou-se algum cheiro a esgoto;
Instalações Sanitárias
·         O pavimento das instalações sanitárias pertencentes aos quartos dos utentes não era antiderrapante.
Na segunda Unidade de Cuidados Continuados encontraram-se algumas anomalias sendo estas:
Cozinha
·         O pavimento encontrava-se em muito mau estado de conservação;
·         O extintor de combate a incêndios encontrava-se atrás do recipiente de resíduos;
·         Vestígios de humidade;
·         Nas câmaras de refrigeração os géneros alimentícios encontravam-se acondicionados em caixas de papel, devendo ser metidos em sacos de plástico com a respetiva identificação;
·         Uma das câmaras de congelação encontrava-se com uma fuga na porta contribuindo para a formação de gelo;
·         Armários sem portas, permitindo deste modo a conspurcação do material acondicionado.
Armazéns de géneros de alimentícios
·         Estes compartimentos não possuem qualquer tipo de ventilação, verificando-se um cheiro a humidade.
Instalações Sanitárias para funcionários
·         Estas não se encontram dotadas de ventilação.
Imagem 1- Buraco no pavimento

Imagem 2- Pavimento em mau estado de conservação

Imagem 3- Acondicionamento de géneros alimentícios em caixas de papel

Imagem 4- Formação de gelo

Imagem 5- Extintor atrás do recipiente dos resíduos

Após a auditoria foi elaborado o respetivo auto, de modo a informar estas duas unidades das anomalias que possuem. Com a alteração das anomalias referidas anteriormente, haverá um melhor funcionamento das unidades proporcionando um melhor desempenho por parte dos funcionários, protegendo a saúde e bem-estar de todos os utentes que se encontram lá inseridos. É muito importante este tipo de auditorias porque acaba-se por detetar por vezes pequenas anomalias que podem levar ao aparecimento de grandes problemas, sem dúvida que foi mais uma experiência enriquecedora.



TSA'S em acção





Elaboração de folhetos de diferentes temáticas

            Foi-nos solicitado a elaboração de três folhetos, dois deles sobre a higienização das mãos mas a diferença é a população alvo, ou seja um para os profissionais de saúde e o outro para os utentes. O terceiro folheto tem como temática a poupança da água.
Ambas as temáticas são muito importantes nos dias que decorrem, devemos por isso adotar medidas. Ao consultarem estes três folhetos podem ficar com conceitos mais alargados e medidas que podem tomar! Cliquem em cima das imagens para poderem visualizar.




Documento importante:


Ação de formação sobre alimentação saudável e prática desportiva

O TSA Diogo Gomes e o Dr.º Mário Santos têm por hábito todos os anos letivos dirigirem-se às escolas para abordar duas temáticas sendo elas a Alimentação Saudável e a Prática de Exercício Físico. A escola onde estas temáticas foram expostas foi uma escola situada na cidade da Vila de Santo André.
Dirigimo-nos ao local onde já se encontravam duas turmas de Desporto do 11º e 12º ano, preparadas para ouvir a ação de formação. Eu juntamente com os meus colegas estagiários fizemos parte do público alvo.
A prática de exercício físico e algo muito importante e para estas duas turmas ainda mais, visto que integram turmas de desporto. Devemos movimentarmo-nos, pelo menos, 30 minutos diários, por períodos mínimos de 10 minutos. Com uma atividade mais intensa e de maior duração, os ganhos serão maiores.
A Organização Mundial de Saúde estima que o sedentarismo seja responsável por cerca de dois milhões de mortes anuais, ao nível mundial. As doenças crónicas não transmissíveis, como o cancro, doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2 e doença mental, são a principal causa de morte, incapacidade e perda de qualidade de vida, sobretudo, nos países desenvolvidos. Para prevenir estas doenças, recomenda-se um estilo de vida saudável, que inclui a atividade física regular.
A alimentação saudável é outra temática deveras importante, escolher os melhores alimentos para a nossa mesa nem sempre é tarefa fácil e exige uma disciplina rigorosa que aposte na descoberta dos sabores naturais e variados que a natureza tem para nos oferecer. Uma alimentação saudável é uma alimentaçãoavariada.
Mas é igualmente importante saber preparar corretamente os alimentos para as refeições, respeitando cuidados de higiene e de conservação que previnam a contaminação alimentar e garantam uma maior frescura dos produtos.
Aqui se ficam alguns conselhos:
ü  Inicie o seu dia com um pequeno-almoço completo, equilibrado e saudável. ~

ü  Coma de três em três horas. Não salte refeições. Não coma demais.
ü  Reduza o consumo de sal. Opte por usar ervas aromáticas e especiarias para que os seus cozinhados fiquem mais apetitosos.
ü  Coma mais legumes, mais hortícolas e mais frutas
ü  Beba água simples em abundância ao longo do dia! Evite as bebidas alcoólicas.
ü  Modere a ingestão de açúcar.
ü  Privilegie o azeite, tanto para cozinhar, como para temperar os pratos.
Foi uma ação de formação muito rica em conceitos e conselhos para um estilo de vida mais saudável e nunca é demais alertar os jovens para estas temáticas. Alimentação Saudável e Prática de Exercício Físico são essenciais para a saúde e bem-estar!





Reunião de Saúde Escolar

Realizou-se na unidade de Saúde Pública onde me encontro inserida uma reunião de Saúde Escolar. Nesta encontravam-se presentes vários profissionais de saúde, tais como Médicos de Saúde Pública, Técnicos de Saúde Ambiental, Enfermeiras, Higienista Oral e Terapeuta da fala.
A equipa de saúde escolar realiza estas reuniões com a finalidade de perceber qual o trabalho desenvolvido por cada profissional, as metas a atingir e como as atingir.
Durante a reunião a parte que é da competência dos TSA´s foi exposta, sendo esta o Formulário de Avaliação das Condições de Segurança, Higiene e Saúde dos Estabelecimentos de Educação e Ensino. Como referi na publicação anterior sobre saúde escolar, este formulário está um pouco confuso não permitindo uma utilização muito eficaz. O objetivo desta reunião era tornar este formulário mais acessível e eficiente, apresentando-se propostas de alteração de alguns parâmetros.
Este tipo de reuniões são sempre importantes porque permitem nos ficar a saber o trabalho desenvolvido pelos restantes profissionais de saúde e a nossa interação com eles.


Vistoria a um bar de alterne

A última atividade realizada no nosso estágio foi a vistoria a um bar de alterne. Dirigimo-nos por volta das 22h30 até ao local, tocámos a campainha e abordámos o proprietário expondo-lhe a nossa intenção que era a realização de uma vistoria.
Entrámos e deparámo-nos com um espaço de baixas dimensões, com abundante fumo de tabaco, este era constituído por duas instalações sanitárias separadas por géneros, um bar e uma mini copa onde estavam as máquinas de lavar copos e gelo.
As instalações sanitárias não possuíam ventilação nem antecâmara comunicando diretamente para o espaço onde se encontravam as pessoas. A lâmpada existente na mini copa encontrava-se sem proteção, em geral a higienização do espaço não era a mais adequada e a ventilação não era suficiente.
A Autoridade de Saúde ainda alertou o proprietário no sentido deste sensibilizar as funcionárias para consultas de planeamento familiar e despistagem de doenças.
Foi uma experiência diferente porque é um local com características bastante distintas dos locais que estamos habituados a vistoriar, sendo um local que não me deixou muito à vontade.

domingo, 15 de janeiro de 2012

Saúde Escolar- Vistoria a uma escola e elaboração do respetivo relatório


«A escola ocupa um lugar central na ideia de saúde. Aí aprendemos a configurar as ‘peças’ do conhecimento e do comportamento que irão permitir estabelecer relações de qualidade. Adquirimos, ou não, ‘equipamento’ para compreender e contribuir para estilos de vida mais saudáveis, tanto no plano pessoal como ambiental (estradas, locais de trabalho, praias mais seguras), serviços de saúde mais sensíveis às necessidades dos cidadãos e melhor utilizados por estes».

(Constantino Sakellarides. in Rede Europeia e Portuguesa de Escolas Promotoras de Saúde. 1999). 

Nos tempos que decorrem existe uma crescente preocupação com o bem-estar e saúde de toda a população e as crianças e os jovens não fogem à regra, sendo um grupo vulnerável a fatores de riscos ambientais. É nas escolas onde as crianças e jovens passam a maior parte do seu tempo, este local deve ser um espaço seguro e saudável, fazendo com que as crianças adquiram comportamentos saudáveis e estilos de vida benéficos.
 Deslocámo-nos até a uma Escola de 2º e 3º Ciclo pertencente ao concelho de Santiago do Cacém, para avaliar as condições de segurança, higiene e saúde dos estabelecimentos de educação e ensino. Esta avaliação é realizada anualmente e faz-se com o intuito de elaborar relatórios com medidas corretivas, de forma a garantir/ repor as condições necessárias. Esta avaliação é realizada tendo por base a Circular Normativa nº12 DSE da Direção Geral de Saúde.
O Programa Nacional de Saúde Escolar possui como equipa todos os profissionais de saúde que desenvolvam atividades no âmbito do programa de saúde escolar e os técnicos de saúde escolar fazem parte atuando na parte do ambiente escolar. A finalidade destas atividades desenvolvidas é contribuir para a promoção e proteção da saúde, bem-estar e o sucesso educativo dos alunos e da comunidade escolar e para o pleno desenvolvimento de escolas promotoras de saúde.
A evidência científica tem demonstrado que existe uma relação entre a qualidade do ambiente e a saúde das crianças.
As principais ameaças à saúde das crianças advêm de deficientes condições de vida básicas, tais como a poluição do ar interior e exterior, a água insalubre, os alimentos inseguros, o saneamento básico impróprio, as construções inadequadas, mas também os deficientes sistemas de mobilidade e transportes, o ruído, os produtos químicos e os campos eletromagnéticos, entre outros.
O impacto destas situações ambientais faz-se sentir sobretudo na saúde das crianças, especialmente antes dos 6 anos de idade. Os membros mais vulneráveis de uma sociedade não deverão pagar o preço da incapacidade dessa mesma sociedade em os proteger dos riscos do meio ambiente.
A escola, na procura permanente de um ambiente mais saudável para as crianças, deverá assegurar saneamento básico, água de qualidade, ambiente de suporte à atividade física e à mobilidade segura, ar interior e exterior livres de poluição, assim como reduzir a exposição das crianças aos riscos físicos, químicos e biológicos.
Uma forma de conhecer a vulnerabilidade das instalações, dos equipamentos e dos espaços onde as crianças brincam e circulam é através da identificação dos riscos no ambiente escolar, com o objetivo de os corrigir ou eliminar. Este procedimento implica um diagnóstico de situação com propostas de correção e o envolvimento das entidades responsáveis pelos estabelecimentos de educação e ensino, na adoção de soluções.
Os projetos e atividades, relacionadas com a comunidade educativa e os riscos do ambiente na saúde, deverão apelar à participação dos jovens nos processos de tomada de decisão e no desenvolvimento de ações que contribuam para um ambiente saudável e sustentável, através da partilha de boas práticas e de um trabalho em rede.
No contexto da intervenção de Saúde Escolar, as atividades de apoio à promoção de um ambiente seguro e saudável deverão ser dirigidas para:
∙ Conscientizar a comunidade educativa para a vulnerabilidade das crianças face aos riscos ambientais que constituem as principais ameaças à sua saúde, nomeadamente: poluição atmosférica, saneamento inadequado, ruído, químicos perigosos, radiações e campos eletromagnéticos, entre outros, e as formas de os reduzir;
∙ Envolver os jovens nos projetos de Educação para o Ambiente e a Saúde;
∙ Promover a Segurança e contribuir para Prevenir os Acidentes: rodoviários, domésticos e de lazer ou de trabalho, quer eles ocorram na escola, no espaço periescolar ou no espaço de jogo e recreio;
∙ Monitorizar os acidentes ocorridos na escola e no espaço periescolar;
∙ Avaliar as condições de Segurança, Higiene e Saúde nos Estabelecimentos de Educação e Ensino, incluindo cantinas, bares e bufetes e espaços de jogo e recreio, com os Serviços de Saúde Pública, envolvendo o órgão de gestão da escola e toda a comunidade educativa, as autarquias, as associações de pais, forças de segurança, proteção civil e bombeiros.
A Organização Mundial da Saúde (OMS), segundo o documento Health for all, prevê-se que em 2015, 50% das crianças que frequentem o Jardim-de-infância e 95% das que frequentem a Escola integrem estabelecimentos de educação e ensino promotores da saúde.
Durante a vistoria realizada fomos acompanhados pelo um professor que nos mostrou todas as partes constituintes da escola, salas de aula, instalações sanitárias, laboratórios, cozinha, bar, refeitório, biblioteca, ginásio e campos de jogos exteriores. Durante a visita fomos preenchendo o Formulário de Avaliação das Condições de Segurança, Higiene e Saúde dos Estabelecimentos de Educação e Ensino. Antes de realizarmos esta vistoria tivemos acesso ao relatório anual realizado no ano anterior, ou seja tínhamos noção do que não se encontrava em conformidade e que deveria ser corrigido. Com o decorrer da vista fomo-nos apercebendo que a maior parte do que não se encontrava em conformidade no ano anterior no presente também não se encontrava.
Após a vistoria pegámos no formulário e no relatório anual do ano anterior e elaborámos o relatório do presente ano letivo, onde se encontram as correções que devem ser realizadas e as respetivas fotografias para ser mais fácil a sua identificação (cliquem na imagem abaixo para verem o relatório completo).

Esta atividade foi diferente nunca tínhamos tido oportunidade de fazer a avaliação de uma escola e aplicar o formulário. O formulário na minha opinião está um pouco confuso tornando difícil de o preencher na sua totalidade durante a vistoria. Contudo não deixou de ser uma experiencia benéfica enquanto futuros profissionais.

Documento importante:
Programa Nacional de Saúde Escolar